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ESPIRAL, TEMPO, SASSÁ MUTEMA E FERNANDO PESSOA

 

Um cachorro mordendo o rabo, brincar de gira-gira são dois exemplos de um movimento contínuo circular onde se retorna ao mesmo ponto a cada volta. É divertido talvez, passa o tempo talvez, mas findo o movimento o saldo pode ser zero. O que nos dias de hoje já é lucro.

Um movimento pode ser descendente, tipo um redemoinho onde numa perspectiva tridimensional a cada volta afundamos ou nos afogamos. 

E pode ser ascendente, a famosa espiral ascendente, onde a medida que giramos vamos atingindo níveis superiores, digamos , de energia.

Não precisamos necessariamente de agentes externos para fazer o gira-gira se tornar uma espiral. Os mesmos agentes, a mesma cadeia de consumo ou de apoio mútuo, aparentemente estacionada, pode estar acumulando energia. Energia na forma de saber, de cultura, de conservação ou restauração.

Estamos assistindo uma aparente corrida atrás do próprio rabo ou um afundar num mar revolto. Este mar está-nos tragando sem aviso? Não saímos de forma imprecisa, apostando em coisas não tão precisas? Desculpe, Fernando Pessoa...Teríamos saído a pescar ou passear buscando recompensas não tão necessárias, não tão precisas?

Não estaríamos cobrando do Universo uma responsabilidade que é só nossa?

 

n/d

Aprendizado possível deste momento tenso e crucial: cooperação, colaboração e união.

 

Voltando a perspectiva, ao olhar num prisma de dimensão maior. Deste morder o rabo cada um está tendo a oportunidade de sair desta crise num diferente estado de energia, de saber, de consciência.

Sim, estaremos todos mais pobres economicamente. Mas e se parte desta riqueza nunca existiu pois não tinha lastro, e sumiu o que era especulação e jogo?  

Creio que o que podemos colher, armazenar, poupar e nos enriquecer neste momento é passarmos a olhar e agir de forma mais cautelosa e sábia. Não apostarmos tanto no virtual, seja o mercado, sejam os bens, sejam as relações.

Sairmos desta maratona com um novo desenho para as nossas vidas. Não é balela, não é papinho de promessa de Reveillon. É nos darmos conta que esperar do mercado, da China, dos EUA, da safra de grãos, do câmbio, do humor de um presidente, dos pacotes, da real intenção dos atores principais é um devaneio, uma insensatez. 

Como sempre, sigo convencido nas pequenas ações, aposto mais nas cidades, nas comunidades do que nas mega organizações, impregnadas de vícios e comprometidas com o passado que sempre estarão. Vendem a espiral ascendente e entregam o redemoinho. Então, Garopaba, finalmente...

Esqueçamos as verbas redentoras, os investidores Sassá Mutema e principalmente, esqueçamos que da cabeça das pessoas que estão comprometidas com este gira-gira vá sair um desenho apropriado.

 

n/d

 

Salvadores da Pátria, a exemplo de Sassá Mutema, personagem de novela da Globo, são uma constante na política. Não será aqui em Garopaba que surgirá. Temos que sair da zona de conforto e desenharmos nosso ambiente futuro.

 

Aproveitemos este período de reclusão para observar, entender, analisar e nos posicionarmos. O que queremos, o que não queremos, quanto vale o nosso tempo e a nossa vida. E não ficarmos navegando de forma imprecisa, ao sabor da vontade alheia. Viver sim é impreciso, mas no que podemos controlar podemos e devemos agir.

Estávamos tímidos com relação ao que queremos para a nossa cidade, titubeando e deixando para os ventos e a maré decidirem? Que tipo de urbanizações, que tipo de turismo, que tipo de lazer, que tipo de geradores de valor queremos?

Estávamos na zona de conforto, mal ou bem, o barco navegava. Nada de novo ou ousado, transgressor, era proposto ou cogitado de ser implantado. Ok, tsunamis e enchentes, incêndios e secas, terremotos, pragas e doenças são encruzilhadas, tomamos um caminho. Muitas vezes esta decisão é veloz, não dá para pensar. Esta pandemia e o isolamento social necessário nos dão uma chance de pensar, de discutir um melhor caminho.

 

n/d

Que paisagem queremos? Que turismo queremos? Que ocupação nestas encostas ainda verdes queremos? Que Garopaba queremos? Tempo para pensar e iniciar um diálogo temos.

 

E, sinceramente, não opina quem está “comprado” com o passado em ações futuras.

Que opine e decida quem ama a vida, quem sofreu com tudo isto, quem reconhece que estávamos embarcados numa roubada. E, espero, que esteja presente neste fórum de decisão um contingente de pessoas que opte por mais meio ambiente e cultura na nossa paisagem. Menos crescimento desenfreado, menos ruído, menos velocidade, mais tempo.

Tempo que esta crise deverá nos ensinar ser um valor inestimável. 

 

Texto Kiko Simch - Engenheiro Agronomo Paisagista @kikosimch 

Fotos - Divulgação

Fotos - @likoska69




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